Há que continuar a influir todo este processo de repetição,o problema é sempre o mesmo,as razões e as incertezas também,os desfechos com as suas variações naturais,idem idem aspas aspas,descrevem-se sentimentos por mais adjectivados nunca corresponderão na verdade aquilo que realmente se quer dizer,porque afinal não se trata de conversa de circunstancia.
Esta história começa com uma mulher e duas amigas, eu sou meramente uma ouvinte ocasional, estamos no comboio, de entre as conversas sobre o tempo, a mulher começa a contar os episódios da sua vida afectiva,de logo percebo que o alvo de crítica é o namorado de longa data, o meu lado de bisbilhoteira arrebita-se de interesse, ao que parece ele não era romântico,não queria sair de casa,estava sempre agarrado a ela,não oferecia presentes,não se deixava tomar por um capricho,não era o tipo de homem comum.Mas a mulher desesperada não parava a sua corrente de confidencias longamente deprimida.Não,ele não é nada do que ela quer,nunca lhe trouxe uma rosa,nunca lhe fez uma serenata, que ás vezes chega ser patético por não a largar um minuto,conta revoltada e ofendida,que o último disparate foi ter posto duas televisões,lado a lado ,para ela ver a novela enquanto ele podia ver o jogo de futebol,para poderem estar juntos no sofá,de mãos dadas,a ver televisão(cara de espanto)Quem será o senhor-visao moderna com toque ternurento?E lá continuava ela com as suas queixas,perdi-me nas suas consideraçoes.“Qual a razão que nos leva sempre a querer aquilo que não temos?” esta mulher tinha tudo,o que mais puro um homem podia lhe dar,o homem empenhado,que a olha sempre com deslevo sempre que ela passa por ele,o homem que dá valor a coisas meramente sem significado,que a agarra porque não comsegue ter as mãos quietas quando ela está por perto e que não deseja separar-se dela,mesmo quando o benfica joga.Ela quer o estereótipo de romance,quer menos calor e mais sofistificação,que se vê nos filmes,a realidade dela é feita de outras coisas,não vê o tesouro que tem em casa.Seguramente vai mandar fora as 2 televisões e vai procurar outro amor,romance,rosas e champanhe.A vida de todos os dias e feita de outras coisas,de pijamas largos,pantufas velhas,caras aborrecidas e quem se permite ser amado á luz inclemente da vida diária,vai encontrar o maior de todos os romances:a verdade daquilo que somos sem artifícios.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
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